O boom da hotelaria no Brasil




Como mostra o terceiro volume do Raio X Hotelaria Brasileira (www.raioxhotelaria.com.br), lançado no fim do ano passado, com patrocínio do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), pelo menos 135 empreendimentos serão inaugurados até 2009, sendo 40% no Sudeste e 35% no Nordeste. As tendências são os resorts e os hotéis supereconômicos, conclui uma das autoras do trabalho, a jornalista Eny Amazonas. Pelos cálculos do Ministério do Turismo, os números são mais animadores, com previsão de 140 novos meios de hospedagem até 2009 e investimento total de R$ 3,6 bilhões. No Nordeste, os resorts atingiram padrão internacional com a chegada de redes de outros países, especialmente portuguesas e espanholas, a partir de 2000. Essas grifes chamaram estrangeiros, que hoje são metade dos hóspedes.

Segundo a Associação Brasileira de Resorts, foi graças ao movimento de turistas de fora que a taxa de ocupação nos hotéis do gênero cresceu 6% entre 2005 e 2006. Exemplos de grandes investimentos não faltam. Em outubro, o grupo português Enotel desembarcou em Porto de Galinhas (PE) e inaugurou seu primeiro empreendimento no País. A rede espanhola Iberostar construiu o maior resort da costa, o Iberostar Praia do Forte (BA). E o jamaicano SuperClubs quer ampliar os negócios no litoral brasileiro. BAIXO CUSTO Em São Paulo, os hotéis econômicos ganham destaque e se espalham pelo interior. Há dez anos, São Paulo tinha 12 mil quartos, 43% deles operados por grandes grupos. Hoje, são 36 mil apartamentos, 78% administrados pelas redes, afirma o presidente do Fohb, Roland de Bonadona. Ele também é presidente da francesa Accor Hotels, a maior rede no Brasil, com 120 empreendimentos. Estamos consolidando a nossa hotelaria econômica, que conta com 45 hotéis abertos e outros 35 em implantação.

Ele diz que a marca Formule 1, a econômica da Accor, teve um dos melhores crescimentos da rede em 2006, com 81% de taxa de ocupação, 7,8% acima de 2005. Segunda maior rede no País, a Atlântica Hotels International também ampliou o segmento econômico em 2004.

A rede investiu US$ 800 milhões em 57 hotéis, 37 deles no Sudeste. O Brasil está recebendo investimentos, mas não podemos dizer que o País é a bola da vez, diz o presidente da ABIH, Eraldo Alves da Cruz. Ele justifica que Índia, Rússia e China têm hotéis de grandes grifes hoteleiras e atraem mais investimentos do que o Brasil. Só com a maturidade do mercado e a estabilidade da economia é que a hotelaria brasileira vai realmente tomar novos rumos.

Agencia Estado,
30 Janeiro 2007 | 17h18

O Estado de São Paulo:
http://viagem.estadao.com.br/noticias/geral,o-boom-da-hotelaria-no-brasil,20070130p14099